Você pode conferir outras partes desse estudo:
2. A batalha do vale de Sidim.
3. A destruição de Sodoma e Gomorra.
Gênesis 13:10-13
"E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar.
Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro.
Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma.
Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor."
A Bíblia relata que Abraão e Ló haviam saído de Padã-Arã e seguiram em direção à terra prometida, e é interessante nós refletirmos, sobre o que havia unido os dois a caminharem juntos nessa jornada? Além dos laços familiares, eu acredito que Abraão também tenha levado Ló junto consigo, porque Ló tinha o seu coração voltado para as coisas de Deus, apesar de tudo, não devemos nos esquecer que Ló também era um crente em Deus.
Abraão sai de uma terra onde seus pais serviam a outros deuses (Js 24:2), e parte junto com Ló, unidos pela fé em Deus. Mas e agora, o que levou Abraão e Ló se separarem? Pelo que nós vemos foi a prosperidade dos dois. Então quer dizer que prosperidade pode separar as pessoas? Sim, sem dúvidas ela pode.
Algumas vezes ao invés do dinheiro unir a pessoas, ele acaba separando na verdade. Quantas vezes nós vemos irmãos que se separam na briga por uma herança? Ou pessoas que se afastam por causa de um dinheiro emprestado que não é pago? E até casais que se separam por problemas financeiros?
Também é importante nós entendermos que nem sempre o fato de Deus estar abençoando alguém, é um sinal de que Ele está de acordo com as práticas daquela pessoa, mas Deus usa a Sua providência para cumprir diversos propósitos. Algumas vezes Deus usa a escassez ou até a prosperidade para provar o coração do homem, outras vezes Deus pode usar a prosperidade para tranquilizar a consciência do homem, a fim de que ele não perceba quando o mal vem de repente sobre ele, o próprio salmista diz: "Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha." (Sl 69:22), ou seja, a prosperidade que para alguns é uma bênção de Deus, para outros também pode ser uma armadilha.
Agora vamos analisar a escolha que Ló acaba tomando, primeiro, Ló não consultou a Deus para tomar sua decisão, aliás o próprio Abraão poderia auxiliar a buscar essa resposta celestial, afinal a Bíblia fala que Abraão também era profeta de Deus (Gn 20:7).
Nós também podemos observar, que Ló parece fazer uma escolha, que visava apenas o ganho financeiro, ele levanta seus olhos, e vê as campinas do Jordão, que eram bem regadas, e eram como o jardim do Senhor, talvez Ló podia até olhar e pensar que estava recebendo uma bênção de Deus, afinal tudo parecia um lindo jardim do Senhor, mas a palavra de Deus mesmo diz, que a bênção do Senhor é aquela que enriquece e não traz consigo dores (Pv 10:22).
Diante disso, Ló escolheu para si as campinas do rio Jordão, e a Bíblia também fala que ele armou as suas tendas até Sodoma, e quantos cristãos nós vemos à realizarem essa estranha prática ainda hoje em dia? Eles estão nem na igreja nem no mundo, mas eles ficam bem no meio do caminho, ficam entre Canaã e a cidade de Sodoma, eles ficam nas campinas verdes do Jordão, alguns ainda vão além e armam as suas tendas até Sodoma, ou seja, eles querem desfrutar de tudo aquilo que Deus tem para oferecer a eles, e ao mesmo tempo desfrutar das coisas do mundo, eles querem ir até na beira do penhasco o máximo que eles podem, e voltar como se nada tivesse acontecido, eles querem descobrir qual é o limite que podem chegar sem perder a salvação, eles vivem sempre se perguntando o que lícito fazerem e não o que convém a eles fazerem, mas o cristão verdadeiro não deve viver assim olhando para trás, e pensando o que ele possa ter perdido do mundo, mas nós devemos olhar sempre para frente e vermos tudo aquilo que temos recebido de Deus, nós devemos nos perguntar: o que eu posso fazer para agradar mais a Deus? O que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? (Sl 116:12)
A Bíblia nos mostra que Ló tomou uma decisão errada em habitar naquele lugar, não que seja totalmente errado nós convivermos com pessoas ímpias, mas o que levou Ló até aquele lugar talvez tenha sido uma motivação errada, ou seja, o amor ao dinheiro, e ele ainda permaneceu morando na cidade, mesmo estando com a sua alma aflita por causa dos pecados que eram cometidos ali (2 Pe 2:7-8), então isso serve para nós refletirmos, será que nós estamos valorizando mais o nosso bem-estar financeiro do que o bem-estar das nossas almas? Será que vale a pena nós deixarmos um princípio bíblico apenas para buscar o ganho financeiro? A Bíblia mesmo fala que pelo amor ao dinheiro muitos se desviaram da fé e transpassaram a si mesmos com muitas dores.
Quando o amor ao dinheiro cresce no coração das pessoas elas reagem de diversas formas, as vezes elas podem se tornar avarentas e guardarem mais do que deveriam, ou elas também podem se tornar pródigas e gastarem mais do que deveriam.
O avarento guarda tanto o dinheiro ao ponto de deixar de desfrutar das suas riquezas, ele serve o dinheiro e não é servido por ele, eu não estou falando aqui de uma pessoa que as vezes faz um sacrifício para guardar o seu dinheiro, e realizar algum projeto para o futuro, porque nesse caso estaria correto, as vezes nós precisamos abrir mão de desfrutarmos um pouco agora, para que possamos desfrutar mais lá na frente, mas o avarento é aquele que deixa até mesmo de comprar algo necessário para o mantimento do corpo ou da saúde, ou que não desfruta do seu dinheiro quando convém.
Já o pródigo quer comprar mais do que a sua condição financeira pode pagar, ele compra coisas luxuosas e até desnecessárias, as vezes a sua própria casa precisa de manutenção e reparos, mas então ele compra bens secundários com valores excessivos, como carros, aparelhos eletrônicos, móveis e outras coisas. Faz compras em várias parcelas e então fica endividado, e por conta disso precisa trabalhar ainda mais para pagar as dívidas, perde os dias de culto em troca de um valor as vezes insignificativo, sendo que valeria mais a pena nós até pagarmos do nosso próprio bolso se fosse preciso, para não perdermos os nossos momentos de comunhão com Deus, mas muitas pessoas não entendem o verdadeiro valor das coisas de Deus.
Deus abençoe irmãos.